26 de novembro de 2010

A vida como ela não deveria ser

Quando um assunto está na mídia, todos os canais falam, todos os sites abrem seções especiais, jornais e revistas criam editorias (ou edições exclusivas) e as rádios atualizam o tempo todo com informações quentes. Não dá para a gente ficar de lado e não opinar.

Hoje em dia isso ficou mais fácil, porque são tantos os meios de interatividade que a gente acaba pulverizando nossa opinião muito mais do que há algum tempo atrás. Então, como eu também faço parte da blogosfera, vou falar.

Claro, o assunto em discussão nacional e internacional é a guerra que mais de 21 mil homens estão travando contra o crime organizado (e bota organizado nisso!) no Rio de Janeiro. Cidade que é maravilhosa, mas que sempre teve um pé atrás na feiúra por causa de seu lado dark.

Esse lado escuro do Rio de Janeiro vem de muito tempo. Desde que a família real portuguesa veio fugida. Fixaram-se no Rio de Janeiro e fizeram transformações até que boas na cidade (aí temos como exemplo a questão da infraestrutura, a Biblioteca Nacional etc). Mas, como nada é perfeito, alguns problemas começaram a surgir por lá. É só se lembrar, por exemplo, da Revolta da Vacina. Após o pessoal mais pobre ser expulso da cidade, obrigando-se a morar nos morros. Daí em diante, com a evolução humana, as coisas foram piorando.

Nunca fui ao Rio, mas creio que os governos até então implantados cuidaram apenas da cidade que aparece na televisão, nas novelas de Manoel Carlos e nas peças publicitárias que chamam os estrangeiros para sambar ao calor brasileiro.

O que temos que discutir agora não é só uma conjuntura carioca, mas nacional. O Brasil precisa pensar desde a proteção de suas fronteiras, passando por reestrutura de investimentos e, principalmente, EDUCAÇÃO. Toda campanha que a gente vê sobre educação sempre tem uma frase geral: A educação move o mundo. Tá, mas quando a gente vai ver isso acontecer? Quando veremos o Brasil movido pela educação?

Os políticos, hoje em dia prejudicados por alguns analfabetos funcionais, são na maioria escolarizados. Então, será que eles não percebem o quão bom é estudar, construir uma personalidade baseada nos conhecimentos adquiridos por anos de estudo? A partir disso, será que não existe dentro deles o sentimento de bondade para formular políticas educacionais para todos?

Historicamente, o povo brasileiro sempre esteve alienado ao que acontece com o país. Na Proclamação da República, enquanto os militares festejavam a conquista, a população não sabia o que se comemorava. Mas hoje em dia as coisas mudaram. Pouco.

Imagino que nós brasileiros não temos o sentimento de unidade. Não fomos afligidos por guerras, desastres. Não necessitamos nos unir seriamente contra uma grande ameaça (como aconteceu em países europeus e nos EUA, por exemplo). As “Diretas Já” foram importantes, mas foi apenas um período. A Ditadura foi união, mas apenas de intelectuais (o restante das pessoas, não).

É também, mas não somente, por causa dessa falta de unidade que não saímos à rua exigindo mais educação, saúde, emprego, segurança. Levantamos nossa bandeira apenas por momento. E por este histórico, o poder sabe que não temos forças e aí o descaso acontece.

O resultado de todos estes fatores juntos é o que vemos hoje. Sou favorável a este tipo de ação contínua que mete medo, mostra quem manda. Mas tem que mandar por mais tempo. Não pode ser um bumerangue que vem, acaba com as ameaças, e depois vai embora. As Unidades de Polícia Pacificadora, UPP, são uma boa solução: encurralaram os marginais em poucos espaços que ainda não receberam esta polícia pacificadora. Agora é só ir à caça.

Vamos esperar pelo melhor: que o medo dos cariocas termine o mais rápido (e olha que já ouvi especialistas dizendo que esta guerra pode virar o ano) para que possamos sentar e discutir políticas sérias e que venham ao encontro das necessidades de nossa população. E que nós, como brasileiros que somos, possamos nos unir mais: não ter medo e lutar pelo aquilo que a Constituição nos dá como direito. Queremos viver.

















imagens: Portal Terra

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