22 de março de 2011

Visita de Obama ao Brasil - impressões

Em sua primeira viagem à América do Sul, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama e família aterrissaram em solo brasileiro para passar um final de semana entre Brasília e Rio de Janeiro, que gerou ciúmes por parte de alguns paulistas.

A visita do homem mais poderoso do mundo ao Brasil, considerado na América Latina como um novo e importante ator global (o que leva os EUA a darem mais atenção nós), trouxe metas econômicas e também sociais. Apesar da importância e suntuosidade dos eventos, o encontro do primeiro presidente negro daquele país com o povo mais animado do mundo e a primeira mulher presidente da Terra de Santa Cruz, foi descontraída para tentar reaver uma relação há muito desgastada (entre as causas estão a posição do Brasil quanto ao programa nuclear do Irã, ano passado, e a perda de influência norteamericana na região por causa da invasão da China).

Foram diversos os pontos tocados pelos discursos de Obama e Dilma: economia, democracia, direitos humanos, Copa do Mundo, Olimpíadas, parcerias, entre outros, inundaram nossa tevê, rádio, internet e meios impressos com entrevistas com cientistas políticos, políticos, empresários, historiadores que detalharam todos os pontos desta importante visita (inclusive análise das roupas usadas por Michelle Obama e a presidente Dilma. Veja).

Casa Branca/Governo dos EUA/foto: Pete Souza
A primeira ação de Obama em solo brasileiro, apoiada por muito países (o Brasil se absteve neste debate até a despedida de Obama, quando o governo brasileiro pediu o fim da violência) e por regulamentações da ONU, foi a autorização dos ataques às tropas de Muamar Gaddafi, ditador líbio há 42 anos no poder (veja um pouco mais sobre este assunto clicando aqui).

Isso fez com que muitos vissem a visita de Obama equivocada. Mas como ouvi de um cientista político ouvido pela GloboNews: o Obama não pode parar toda a agenda (que, convenhamos, é lotada demais) por causa de um assunto.

Voltando ao Brasil, foram assinados em Brasília no sábado cerca de 10 acordos comerciais, entre eles a união de pesquisadores em busca de alternativas verdes para combustíveis. Uma coisa que gostei muito do discurso de Dilma à imprensa foi o “puxão de orelha” sobre questões comerciais (ou seja, subsídios a produtores norteamericanos e as altas taxas aplicadas a produtos como carne, algodão, etanol entre outros) e a concessão de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
A ausência do ex-presidente Lula no almoço oferecido no Palácio do Itamaraty (que reuniu ex-presidentes, com o detalhe de Fernando Henrique Cardoso na mesma mesa de Dilma) também foi destaque: alguns dizem que ele poderia ofuscar Dilma, já que Lula é “O Cara” para Obama. Outros ainda dizem que a presença do ex-governante poderia dar um tom maior de continuidade no atual governo.

Já na Cidade Maravilhosa, Obama e família conheceram pontos turísticos, uma das unidades da UPP em um morro importante do Rio e os bastidores de uma escola de samba. O chefe da família e da nação norteamericana ainda discursou por cerca de 20 minutos no Theatro Municipal. Artistas, políticos, entidades sociais estiveram presentes para ouvir um discurso mais leve que rendeu elogios ao país, sua presidente e o povo (destacando a Democracia).

Não vimos concretamente nenhuma ação que remodele a parceria entre Brasil e Estados Unidos. Isso vai demorar. As palavras são bonitas, as ideias ainda mais. Resta-nos ver se este importante mercado consumidor vai agir de acordo com tudo o que foi colocado nas reuniões e acordos fechados.

3 comentários:

Jeciane Alves disse...

Mais uma vez, e cada vez mais, o quanto é importante pra mim passar por aqui e me atualizar com seus textos magníficos... Parabéns...Abraços ...::::...Je*

Anônimo disse...

Matéria informativa e mto bem redigida. Não tinha percebido o detalhe "ciumes paulistano". Parabéns!!!

Anônimo disse...

Theu eu simplismente Adorei o Presidente Obama em si, mostrou ser um conhecedor do nosso país e nos deu uma lição de História e geografia, dando informações que nem mesmo NÓS BRASILEIROS sabemos. Me deu uma grande lição! Ah adorei postagem! :)