26 de junho de 2012

A comunicação nos novos tempos

Quando se faz uma pós-graduação, creio eu que em qualquer situação, o que mais chama a atenção é a diversidade de assuntos e como cada um deles pode abrir sua mente para novos pensamentos e um novo jeito de enxergar o mundo.

Apesar de meus colegas e eu enfrentarmos alguns problemas, já diagnosticados como crônicos, no sistema de feedback de nossa pós, o que mais me chamou atenção nesses quase 18 meses é como as pequenas coisas tomaram uma importância grande para mim. Isso reforça o que eu disse no primeiro parágrafo deste texto.

Mais ainda: o que você lerá logo a seguir é um produto, pode ser um pouco fraco porque eu não tenho conhecimento suficiente sobre o assunto, fruto desta nova "mania" de refletir sobre tudo o que acontece ao meu redor e que para mim tem uma significação. Daqui a pouco, seus olhos passearão por mais um trabalho, desta vez para o módulo "Novas tecnologias da informação".

O professor, Francisco Belda, é um jovem estudioso deste assunto que, entre outras coisas além de tocar cavaquinho, é jornalista (escreve em cinco jornais da região de Campinas e Ribeirão Preto), engenheiro e um dos responsáveis por um projeto para escolas públicas que integra os alunos de uma mesma escola: um ambiente virtual em que alunos e professores podem compartilhar atividades e outros conteúdos educativos. Chama-se Conecta Mundo.

Vamos ao texto que tenta discutir o papel das novas tecnologias no Jornalismo. Ainda não recebi a nota do professor, mas quero receber a sua. Portanto, sinta-se à vontade para comentar e discutir:

A comunicação nos novos tempos

A evolução da comunicação humana tem gerado um volume cada vez maior de informações e de meios em que os homens têm a possibilidade de passar adiante aquilo que viu, ouviu, leu e sentiu.

Desde os pictogramas até a invenção da imprensa por Gutenberg, a sociedade tem registrado todo o conhecimento adquirido na história e os aprendizados sobre a vivência com os demais e o planeta. É por causa desta evolução na maneira de se comunicar que temos à nossa disposição um rico acervo.

Mas como este acervo tem sido usado e propagado à medida que a tecnologia da informação evolui? Desde que a internet entrou nas casas e na vida das pessoas, a capacidade de armazenamento e transmissão de dados vem aumentando, abrindo assim espaço para que a interação cresça de forma mais rápida do que se imaginava.

Porém, quais os efeitos que isso pode trazer para a sociedade? Afinal, pessoas mais informadas são conscientes de seus direitos e deveres. Desta forma, agem com mais facilidade e abrangência, se organizando em grupos para reivindicar, cobrar e exigir melhores condições sociais. Isso acontece, porque o acesso aos meios digitais tem crescido (é mais fácil estar conectado o dia inteiro hoje do que há cinco anos) e mudado a função de cada um: de passivos receptores a ativos emissores/autores da informação.

Se pensado pelo lado da informação, como é que fica a qualidade? Afinal, a sociedade, em seus mais diferentes níveis, começa a se sentir mais livre e independente para falar o que pensa. Encontram nos blogs, por exemplo, um espaço democrático e livre para expor suas ideias e ainda ter a chance de ser reconhecido. Cria-se, portanto, uma realidade paralela.

Neste cenário, como os profissionais de comunicação devem agir? Como usar inteligentemente as ferramentas que a cada dia se transformam e se convergem?

Tudo isso é uma questão que deve ser tratada com cuidado, porque ao mesmo tempo em que a participação e inserção das pessoas ao mundo digital cresce, os estudos e a legislação a este respeito ainda engatinham em alguns países como o Brasil.

Quando a questão levantada acima é voltada para o Jornalismo, alguns aspectos importantes devem ser tomados como base: com certeza, a convergência traz ao dia-a-dia dos veículos jornalísticos várias oportunidades de interação e diversas maneiras de melhor informar o leitor (lembrando que o perfil desse leitor tem mudado. Aliás, tempo é o que ele não quer perder. Objetividade e a essência das notícias é o que deve aparecer na tela do tablet, celular, andróide, notebook, netbook, etc, enquanto o leitor está no avião, no metrô, parado no trânsito, no restaurante, em casa, dentro do elevador, esperando a reunião começar... enfim... as possibilidades de se comunicar e receber informação precisam seguir esta nova característica da sociedade) e de inseri-lo no processo de produção da notícia (evidente que ainda não se conquistou plenamente a possibilidade dos leitores serem mais do que informados. Existem alguns mecanismos de participação, mas a imersão do internauta ainda é pouco aplicada).

Mas também pode fazer, como faz, alguns veículos errar ao utilizar fontes alternativas ou mesmo publicar alguma notícia sem conferir o que é dito. Tais deslizes são justificados por uma das premissas da profissão: o furo de reportagem, “sangue” que ferve nas veias de qualquer jornalista. Por detrás destes erros está o imediatismo.

Lidar com a busca pela credibilidade e um novo horizonte, já real, em que todos os veículos estão procurando novas alternativas de prender o leitor em seu site é o novo desafio (em que também se soma a vontade de conquistar novos internautas vindos da concorrência).

O meio jornalístico, que está conhecendo as novas possibilidades de produzir e transmitir informação precisa entender que o sucesso na internet não está ligado apenas à transferência de conteúdo do impresso, dos telejornais ou das rádios. Faz-se necessário criar um novo modelo de negócio, porque o público presente na internet relaciona-se com a informação de outra maneira: a liberdade da internet, somada à mobilidade dos aparelhos conectados, dá margem ao poder de decisão. Quem lê quer compartilhar, opinar, ajudar a construir aquela história: ser co-autor da realidade (só desta forma é que os novos consumidores da informação sentirão que a realidade está vinculada a este universo paralelo da internet cada vez mais ativo).

Tal tarefa pode ser comparada com a migração do rádio para a televisão: foi um processo dolorido, confuso, complicado. Muitos estudos, tentativas e erros aconteceram. Mas no final, as duas mídias conseguiram um meio termo. É este ponto de congruência que os veículos tradicionais devem encontrar para melhorar o desempenho e relação com seus consumidores. Nada irá se extinguir (a internet não acabará com os livros, com o rádio ou a televisão, mas fará com que todas as mídias repensem se seus espaços são apenas seus ou se a convergência entre elas têm transformado o ato de comunicar numa verdadeira operação estratégica).

Um comentário:

FERNANDO DIAS disse...

A POUCO TEMPO ATRÁS, A GENTE VOLTAVA DEPRESA "DA RUA", PARA VER EM CASA, ALGO QUE ESTAVA BOMBANDO NA TV.
COMO VOCÊ DISSE, HOJE, EM QUALQUER LUGAR QUE ESTEJAMOS, ESTARÁ EM NOSSA MÃO, ESSA INFORMAÇÃO.
ANTES, AQUILO ERA SÉRIO E TINHA CREDIBILIDADE POIS A FONTE TINHA CREDIBILIDADE.
O QUE TEMOS VISTO, HOJE, NAS PROPAGAÇÕES DE FATOS ENTRE INTERNAUTAS (POR MEIO DE E-MAILS) É A INCERTEZA QUANTA A VERACIDADE DO QUE SE ENCAMINHA,E QUAIS AS INTENÇÕES DE QUEM O PRODUZIU.
USANDO A RAPIDEZ DE PROPAGAÇÃO NA INTERNET (SE CADA INTERNAUTA REENVIAR PARA 10 AMIGOS UM DETERMINADO E-MAIL, EM UMA HORA TEREMOS ATINGIDO MAIS DE UM MILHÃO DE INTERNAUTAS), PODEMOS "CRUCIFICAR" ALGUÉM, SEM QUE ELE SE DEFENDA, E O QUE É PIOR, APRESENTANDO SÓ O FATO AGRAVANTE (SENSACIONALISMO), SEM MOSTRAR O "ANTES" E O "DEPOIS" QUE LEVOU O "RÉU" A TAL AÇÃO.
ISSO PORQUE NÃO SE TEM A ÉTICA E O DISCERNIMENTO DE QUEM ESTUDOU, COMO VOCÊ, PARA EXERCER ESSE PAPEL DE "NOTICIAR".

PARABÉNS PELO SEU TRABALHO. GOSTEI MESMO.