No post anterior comentei sobre a conquista do povo egípcio com a renúncia de Hosnir Mubarak depois de 30 anos de ditadura. A vitória popular, vinda depois de diversos protestos (alicerçados pela internet) e mortes, foi comentada por todo o mundo. Na verdade, um reflexo de acontecimentos pelo mundo árabe. E mais um exemplo de luta por liberdade está acontecendo, agora na Líbia. Vamos esperar pela melhor solução.
Com o maior IDH da África (0, 755) e um dos poucos do continente que apresentam IDH alto, o país possui cerca de sete milhões de habitantes (30% empregados) que vivem em um território três vezes maior que a França (sendo 90% formado por desertos) com produção de quase dois milhões de barris de petróleo por dia (riqueza que chega somente a 20% da população).
A história da Líbia de independência é recente. Em 1951 o país foi reconhecido independente da Itália. Em 1969, Muamar Kadhafi, 27, lidera uma revolta que depõe a monarquia e implanta uma ditadura que passou a controlar, entre outras coisas, os meios de comunicação e o comércio de petróleo.
Logo a seguir, em 1977, Kadhafi instaura o regime de “Estado das Massas” (Jamairiya), na qual, em tese, as decisões do são tomadas por comitês tribais apartidários (na verdade o ditador ditava as regras como bem quisesse e reprimia a oposição). Daí em diante são anos de atentados e ligação com terroristas.

Inflamados pelas recentes conquistas de liberdade do Egito e Tunísia e pela prisão do advogado e ativista dos direitos humanos Fathi Terbil, manifestantes saem às ruas da Trípoli e Benghazi pedindo a saída de Muamar Kadhafi, 68, e de seus filhos do poder.
De acordo com discurso transmitido ao vivo pela televisão estatal (o segundo em menos de um dia), Kadhafi mostrou-se irredutível, como mostram estas duas declarações*: “Muamar Kadhafi é o líder da revolução, Muamar Kadhafi não tem nenhum posto oficial ao qual renunciar. Ele é o líder da revolução para sempre" e “Morrerei como um mártir na terra de meus ancestrais”.
Esta revolução tem sido marcada pela extrema violência por parte do governo. Jornais de todo o mundo tem denunciado o massacre de manifestantes. De acordo com alguns deles, helicópteros sobrevoam a capital Trípoli e mercenários abrem fogo indiscriminadamente. Já se contabilizam mais de 300 mortes em uma semana de conflito (veja uma lista de vídeos sobre os ataques)
* fonte: Agência de Notícias AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário