23 de março de 2012

Adeus, Chico. Nossa eterna gargalhada.

Sessenta e cinco anos de carreira. Quantas foram às gerações que, sentadas nos sofás ou nas poltronas dos cinemas e do teatro, não riram com seus mais de 200 personagens. Mais do que um comediante, um ator, redator, pintor e escrito nato.

Além de pai de seus próprios personagens, foi pai de muitos outros humoristas. Uma família enorme. 


O Brasil termina esta semana triste. Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, 80, o Chico Anysio, se foi. Desde dezembro ele vinha lutando internado no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro. Mas a guerra foi perdida. O coração que bateu tão forte por seus personagens e pela satisfação de fazer milhões de pessoas sorrir, esquecer os problemas por um tempo, não resistiu.

Durante todo este tempo, e nos anteriores também (porque foram muitas internações longas nos últimos três anos), ficávamos sabendo, quase que diariamente, sobre o estado de Chico por meio das redes sociais em que a esposa dele Malga di Paula escrevia. Com ela rezamos, com ele vibramos pelas conquistas, com ela choramos as derrotas.


Leonardo Wen/Folhapress (junho/2009)

Foi nos anos 1950 que seus personagens começaram a surgir. Na televisão, Chico apareceu sete anos depois. Daí em diante uma avalanche de personagens foram sendo criados. O Brasil conheceu a flexibilidade deste cearense.


No final, o resultado não poderia ser diferente: somos um país abençoado, porque tivemos este talento entre nós que, com simplicidade e genialidade, conquistou a todos. Fez rir de norte a sul. 


"O que me levou a esta atividade foi o fato de gostar de contar histórias, pois antes de tudo, o que eu faço de melhor é exatamente é contar uma história" 

Eu assisti a muitas coisas dele. Mas o que mais me marcou foi a Escolinha do Professor Raimundo. Lembro-me de que passava no horário que hoje é ocupado pela Malhação (aliás, a Escolinha foi substituída pela Malhação). Era muito bom terminar o dia rindo com todas aquelas personalidades.


Com certeza não existe mais o humor de Chico Anysio: engraçado. Mas acima de tudo, inteligente, rápido e crítico. Como ele dizia: "Não quero consertar nada, mas tenho obrigação de denunciar tudo".



Um comentário:

Anônimo disse...

Como esquecer desses momentos bons com a família toda reunida para assistir tv nesse horário, chegava da escola, esperava o jantar... E muitas risadas, as vezes sem entender, mas só de ver o meu pai rindo, já era divertidíssimo.
Outros tempos, grandes saudades.
Chico vai deixar saudades, mas isso é bom...Saudades não deixa esquecer!