20 de março de 2012

Mais para a memória

Convido você a viajar comigo pela cidade de São Paulo. Estive lá no último domingo, 18. Tentei expressar um pouco do que vi, ouvi e senti neste dia corrido, mas que valeu a pena. Desde já, fica a dica para você fazer um passeio como este.

Antes de começarmos a viagem, gostaria de agradecer minha tia Eliete por ter me dado esta oportunidade. Sempre quis conhecer São Paulo como turista mesmo: quando ia para a capital, com a escola ou faculdade, visitávamos poucos pontos. Mas desta vez foi diferente.

Também agradeço à Maria Lúcia e a Patrícia, minhas companheiras e guias nesta aventura.

Os olhos brilham
Gente de todo tipo. Produtos para todo mundo. Arquitetura de várias décadas. Tudo isso você encontra na rua comercial mais popular (e coloca popular nisso!) e conhecida do país: a Rua 25 de Março.

A paradeira foi isca para as mulheres. Quanto menos gente, mais tempo
para ficar em cada loja
Mesmo em um domingo com muitas lojas fechadas, o movimento era intenso. Sacolas que se cruzavam nas calçadas.

O mais engraçado: como em uma dança apreendida por todos naturalmente, os homens serviam de carregadores, sempre esperando na porta das lojas, e de caixas bancários. As mulheres olhando, em dúvida, os produtos quase como caindo no colo. Elas só apareciam na porta das lojas para entregar as sacolas e ir embora (em direção a mais uma aventura) ou para pegar mais dinheiro (foi o que vi e ouvi demais: “Bem, preciso de mais dinheiro para comprar uma coisa linda lá para casa!” E o marido: “Mas como! Mais? O que comprou com toda aquela quantia de antes?”).

Mas o mais importante nisso tudo e unanimidade eram os sorrisos de satisfação da mulherada ao final de toda compra. Afinal, comprar muito por menos é o sonho! E segue o passeio...

Olha o rapa!
Diferente das lojas de rua daqui de Sertãozinho e de outras cidades que conheço, na Rua 25 de Março não existe música na frente das lojas: elas por si só se autoproclamam.

Dona Joana, 65, há dois anos como
vendedora: "Tem dia que não vendo
nada, como hoje"
O contrário existe com os vendedores que circulam em todos os cantos. Essa senhora aí do lado é um exemplo da tática: a insistência. Em pouco mais de 20 minutos, ela repetiu a frase “Olha o depilador! Depila ouvido, nariz e sobrancelha” mais de cem vezes! Mas nem sempre dá certo: nesse tempo, ela não vendeu nenhum...

A comunicação deles também é eficiente: os guardas, que são muitos e estão em todas as esquinas e andando todo o tempo, são carinhosamente chamados de “rapa”. Quando eles se movimentam, todos os vendedores de calçada avisam um ao outro como em efeito dominó: aí prevalece as pernas para correr ou a interpretação para fazer de conta que é algum comprador comum (como fez a dona Joana em um destes momentos que presenciei a passagem do “rapa”).



Salada de fruta
O Mercado Municipal de São Paulo, inaugurado em 1933, cenário de novela (“A próxima vítima”, 1995. Tony Ramos viveu o feirante Juca, dono de uma banca no Mercadão), coração da capital, é uma verdadeira babel.  Gente de todo o tipo, lanches famosos e frutas... muitas frutas!

Há muitas fotos espalhadas pela banca da época das gravações

Tá, mas o que tem de diferente? Uma das coisas é a insistência (assim como há alguns quarteirões dali, na 25 de Março): eles querem te vender tudo. Porém, uma dica: vá com dinheiro. Bastante. As coisas são caras, uma lembrança bem típica. São tantos os tipos diferentes que fica complicado continuar andando. Dá vontade de parar numa banca e pronto.

Todas fresquinhas...água na boca

E os feirantes te oferecem tudo! Uma verdadeira vitamina

Morangos gigantes

Essa eu nunca tinha visto. Mas é bonita!

Lotado de domingo. Dia da família se reunir e comer bacalhau
ou o lanche de mortadela
O mercadão é o passeio mais saudável que existe, não só para olhar e comprar, mas também para experimentar: os feirantes têm prazer em oferecer os mais variados tipos de frutas.

A bela e conservada fachada do mercadão
“Os Addams vêm aí”

Daniel Boaventura, que é a grande estrela do musical,
Marisa Ortrh e grande elenco que faz do medo uma ferramenta para rir!

A Avenida Brigadeiro Luis Antonio, 611, foi nossa última parada. E a mais aguardada. Às 15:30 descemos do ônibus na porta de um teatro que, por fora, parecia singelo, mas por dentro tem um poder gigantesco. Aliás, "gigante" é um adjetivo bem colocado para o Teatro Abril.

A um passo do espetáculo mais bonito que já vi!
Lembranças caras e público inteligente, acostumado à grandes espetáculos
como este musical: bom ambiente

Modernidade: até a cortina interagia durante o espetáculo. A mudança
de cenários e iluminação... de deixar a boca aberta!
Cerca de duas mil pessoas assistem confortavelmente às apresentações montadas por lá. De propriedade da Tv Record por muitos anos, o teatro foi palco dos grandes festivais exibidos pela emissora e que trouxeram as mais preciosas pérolas da MPB (décadas de 1960 e 1970). Comprado pela Abril Cultural, o Teatro Abril é o palco exclusivo para grandes montagens musicais.

Moderno também é outro apelido bem interessante: tudo bem organizado. Os cosmopolitas de São Paulo estão bem acostumados a programas como este: se vestem caprichosamente e tem no teatro a segunda casa.

Tudo lá dentro é muito caro. As lembranças do musical, a primeira coisa que se vê quando passa da porta, têm preço de dar medo. Um simples chaveiro custava R$ 20,00.

O musical, que estreiou há duas semanas, conta a história da família mais estranha de todos os tempos: a Família Addams (Charles Addms). Sucesso com filmes, seriado e desenho, acompanhamos um trecho importante da vida dos moradores da casa mal-assombrada do meio de um parque dos Estados Unidos: o casamento de Vandinha com o filho de uma família normal.



Enquanto esperávamos o início do musical, a orquestra, no fosso do palco, afinava os instrumentos: afinal, o musical é ao vivo. Conheci o fosso: espaçoso e tudo aos olhos da maestrina (por sinal uma mulher jovem e muito simpática).

A cada 15 minutos, uma lista de regras era anunciada pelo sistema de som. Nos corredores, garçons passavam vendendo as lembranças.

Bem, o espetáculo é original da Brodway, mas o horário é brasileiro. Marcado para às 16h00, o musical começou com dez minutos de atraso, mas o esplendor e expectativa valeram a pena por cada minuto.

Depois de uma hora e vinte minutos, o primeiro ato terminou. E que espetáculo! Tudo é perfeito. Cada passo, cada fala, cada música: tudo orquestrado.

Às 18:10, as duas mil pessoas aplaudiram de pé por 10 minutos o elenco que, entre tantos talentos, é estrelado por Marisa Orth e Daniel Boaventura. Valeu a pena ficar com as mãos vermelhas de tanto bater palma e a voz rouca de tanto rir!
 

Duas mil pessoas em uma tarde de domingo prestigiando
um belíssimo espetáculo

Fachada do Teatro Abril

2 comentários:

Jeciane Alves disse...

Que final de semana maravilhoso, Matheus...
Nossa fiquei com muita vontade de voltar em Sampa...
Realmente ela encanta a todos pela sua história, pelo seu povo, pela sua cultura.

Maria Lúcia disse...

Olá Matheus,
Que texto lindo vc escreveu de nossa ida a Sampa.. ADOREI!!!!!!! tudo por lá é agradável, mas o Teatro Abril é algo que orgulha nosso país de tão "gigante"como vc descreveu e, tb mto acolhedor...Realmente Eliete te deu uma presente q não tem preço...
Obrigada pela companhia, amizade, paciência na hora de esperar compras minhas e de Patrícia...
Vc está de parabéns, escreve com astral elevadíssimo e simples...abração... e inté a próxima....sew DEUS quiser....